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Road Trip pela Garden Route


23 de agosto de 2019
às 11:00

Oi, pessoal! 👋 Dando continuidade à nossa série sobre a África do Sul, hoje vou contar como foi passar uma semana fazendo uma roadtrip pela Garden Route!

É aqui que você me pergunta: “Mas o que é a Garden Route, Ana Paula?”. Deixa que eu te conto agorinha mesmo! Este é o nome dado ao trajeto de mais de 300km do litoral sul-africano que liga a costa oeste à costa leste do país. A rota recebeu este nome pela sua beleza e, de fato, não decepciona!

Fomos contemplados todos os dias com vistas belíssimas, campos verdes e montanhas a perder de vista. Olha que como não fomos na primavera, as árvores nem tinham muitas flores, mas mesmo assim, a Garden Route não deixou a desejar nem um pouco e ficamos encantados! 😍

Dica

Mão inglesa (esquerda) e mão francesa (direita)

Vale lembrar que na África do Sul a direção é mão inglesa. Se você está com medo de dirigir por causa disso, não fique assim! As estradas são ótimas e muito bem sinalizadas. Tenho certeza que rapidinho você se acostuma com essa mudança e pega o jeito. Se joga!

Agora vem comigo que neste post vou contar como foram os nossos dias viajando pela estrada mais bonita que já conheci! Confira! 😉

Day 1

Começamos nossa aventura em Port Elizabeth, já que a cidade tem um aeroporto com voos diretos de onde viemos, a cidade de Nelspruit que fica pertinho do Kruger National Park, do qual falei neste post aqui.

Donkin Reserve

Acordamos cedo e visitamos rapidamente o Donkin Reserve, uma praça com um enorme mosaico no chão e um belo farol ao fundo. Quando fomos, havia um grupo de jovens dançando músicas africanas. Foi uma delícia curtir a vista com o som ao fundo e ver eles dançarem de forma típica.

Tsitsikamma National Park

De lá, dirigimos por 2h para chegar no Tsitsikamma National Park, outro parque também administrado pela empresa SAN Parks, no qual é possível agendar atividades e pagar a taxa de entrada com antecedência pelo site aqui. O local é lindo, então reserve umas boas horas para conseguir conhecer tudo com calma.

Há várias trilhas a serem feitas e a mais famosa é a que termina nas pontes suspensas. Essa é curta e fácil, mas não se engane: tem trilhas para todos os gostos. Trilhas bem íngremes e longas não faltam! As 3 pontes suspensas impressionam e a paisagem que as circunda, mais ainda. De tirar o fôlego!

Tsitsikamma National Park
Em uma das três pontes suspensas do Tsitsikamma National Park.
Vista de uma das inúmeras trilhas do Tsitsikamma National Park.

Dica

Uma dica valiosa é visitar o Storms River Canyon. No caminho de P. Eli para o Tsitsikamma, vale a pena parar por alguns minutos para conhecer esse cânion.

Storms River Canyon

Vista do Storms River Canyon, no caminho de Port Elizabeth para o Tsitsikamma National Park.
Vista do Storms River Canyon, no caminho de Port Elizabeth para o Tsitsikamma National Park.

Foram feitas passarelas para pedestres nas extremidades da ponte, para quem quiser andar e admirar o arredor. É assustador e interessante ao mesmo tempo: de um lado temos a rodovia, com carros passando a mais de 100km/h e do outro, um precipício de mais de 200m. Há também uma conexão entre as duas passarelas, de forma que você vai por uma e volta pela outra, conhecendo ambos os lados da pista.

Passamos em torno de 5h no Tsitsikamma National Park e então seguimos para Plettenberg Bay, onde nos hospedamos.

Day 2

Mirante em Plettenberg Bay, excelente ponto para visualizar baleias durante alguns meses do ano.

Plettenberg Bay foi a cidade da Garden Route onde ficamos mais tempo e, também, nossa favorita. Há muito para se fazer em Plett!

Começamos explorando alguns dos animal sanctuaries de lá. Visitamos 2 nesse dia, mas se você estiver disposto a acordar cedo e for rápido, dá tempo de ir em 3.

Birds of Eden

Primeiro fomos no Birds of Eden, um viveiro enorme onde você pode encontrar pássaros das mais diversas espécies! São muitos e o espaço é muito bem cuidado. Aprovadíssimo! 👏

No santuário Birds of Eden, ficamos pertinho das mais diversas aves!
Um dos muitos tipos de pássaros do santuário.

Jukani

Depois de almoçar, fomos ao Jukani, um santuário de felinos. Tigres, leões, chacais, pumas, leopardos e gatos selvagens que foram encontrados em situações adversas em várias partes do mundo foram trazidos para serem tratados aqui. Todos os grupos são acompanhados por um guia e há grupos saindo a cada 15 minutos. O nosso guia sabia muito sobre o assunto e sentimos que aprendemos muito com a experiência. Foi o meu santuário favorito! 💕

O tigre albino do Jukani, que foi resgatado de um zoológico na Índia.

Dica

Tanto o Birds of Eden quanto o Jukani são administrados pela mesma empresa que ainda tem mais 1 santuário em Plettenberg Bay, o Monkeyland, de primatas. Há combos com preços promocionais para quem deseja visitar 2 ou os 3 santuários. No site deles aqui tem tudo bem explicadinho.

Day 3

Começamos o dia animadíssimos porque estávamos indo mergulhar com focas! Agendamos o passeio com a empresa Offshore Adventures e deu tudo super certo! Eles oferecem também outras atividades como mergulhar com sardinhas e safáris marítimos e todos parecem muito divertidos. Mas atenção: é necessário ligar com antecedência para perguntar sobre a disponibilidade de qualquer um deles. O mergulho com as focas, por exemplo, só acontece no verão, quando elas migram para a costa de Plett, fugindo de tubarões.

Mergulho com focas

Chegamos no stand da companhia na praia às 9:30. Colocamos a roupa de neoprene para mergulho e saímos de barco às 10h. De pé-de-pato e máscara, mergulhamos no meio de uma colônia de 200 focas – ou mais – em pleno Oceano Índico. Pela roupa ser escura, elas confundem os mergulhadores com outras focas e beliscam nossos pés-de-pato com o intuito de nos chamar para brincar. É simplesmente maravilhoso! A atividade como um todo dura em torno de 3h, mas o mergulho em si é de 30 min. O preço é de 800R (em torno de R$ 240,00) por pessoa e vale super a pena. Inesquecível!

Focas brincalhonas.
Mergulhando no meio das focas.
Com um sorriso de orelha a orelha depois de ter mergulhado com as focas.

Robberg Península

De lá, fomos para a Robberg Península, outra reserva natural sul-africana que impressiona por sua beleza. Não há restaurantes nem lojas no local, então não se esqueça de levar água! 💦

Vista da península de Robberg.

Há 3 opções de trilha a serem feitas: The Gap, de 2,1km; Witsand, de 5,5km; e The Point, de 9,2km. Não importa a sua escolha, pode ter certeza de que ficará impressionado com as paisagens belíssimas que encontrará pelo caminho! 🌅

Praia no meio de uma das trilhas da península de Robberg.

Depois de completar a trilha, ainda tivemos energia para ir conhecer o Old Nick Village, vila cheia de lojinhas para comprar artesanato. Achamos o lugar sem graça e os produtos caros. Não valeu a visita. 😥

Day 4

O plano nesse dia era acordar e ir direto para Knysna. Contudo, como havíamos adorado o Birds of Eden e o Jukani, resolvemos fazer uma parada no Monkeyland, o santuário que faltava, antes de continuar viagem.

Embora seja o santuário mais antigo e tradicional, também achamos o mais sem graça. Ou, para ser justa, o menos legal. Há muitos macacos e lêmures, e vê-los pertinho da gente é incrível. Destaque para a ponte de madeira no meio do parque, onde temos uma visão global de todo o espaço e onde muitos macacos se penduram!

Contudo, sentimos falta de mais espécies e, por conta disso, é o santuário do qual menos gostamos.

Na ponte do Monkeyland (detalhe para o casal de macacos pouco atrás de mim).
Lêmures fazendo um lanche no Monkeyland.

Partimos para Knysna logo em seguida e, em pouco mais de meia hora, havíamos chegado no hotel onde passaríamos uma noite. A cidade é famosa por praias como as de Brenton, Bollard e Buffalo Bay. A Knysna Lagoon é imperdível e sua beleza é de tirar o fôlego de qualquer um! É o cenário perfeito para os amantes de fotografia! 📷

Day 5

Na parte da manhã, fomos ao Knysna Elephant Park. Criado em 1994, o grupo começou com 2 elefantes, Harry e Sally – adoro referências cinematográficas! – e, hoje, conta com mais de 30 elefantes. Eles oferecem diversas atividades com os bichanos, desde caminhada ao nascer do sol, passando por piquenique perto deles até se casar tendo elefantes como convidados.

Decidimos fazer o tour diário, que sai a cada meia hora e custa 320R (em torno de R$90,00). Além disso, você também deve comprar um balde de vegetais para poder dar de comer aos animais (10R, em torno de R$ 3,00). Para fazer o tour diário, não é necessária reserva. Contudo, se ficou interessado nas outras atividades, visite o site deles para saber mais aqui.

Tour no Knysna Elephant Park

Esperamos um pouco no salão de entrada, onde grandes cartazes nos contam a história do local. Quando chegou a hora de partida do tour, fomos levados a outra sala, onde vimos um vídeo sobre costumes e curiosidades dos elefantes e normas de segurança. Era tudo muito lúdico e colorido e eu me senti na Disney! De lá, fomos transportados até o campo onde os bichanos ficam. Com a orientação dos guias, começamos a dar de comer para eles. Eles sugam a comida da sua mão com a tromba e a levam até a boca. É diversão para a família inteira!

Durante a nossa atividade, um dos elefantes caiu em cima da cerca de metal que nos separava deles, e isso fez uma parte da cerca desabar. Outros elefantes caíram em cima do primeiro, e o caos se instalou! Em pouco tempo, os guias tiraram todos os convidados de perto e nos orientaram a esperar. A situação foi controlada, todos riram muito de tudo, mas nos fez lembrar que estamos lidando com animais selvagens e todo cuidado é pouco!

Depois disso, fomos divididos em pequenos grupos para tirar foto com os animais. Cada grupo é responsabilidade de um guia, que nos ajuda a nos aproximar e tocar nos bichanos. A cada meia hora, o carrinho que nos transportou até o campo chega para nos levar de volta. Mas saiba que você pode ficar quanto tempo quiser! Nós decidimos ficar mais meia hora e voltamos depois. Afinal, não é sempre que você abraça elefantes, não é mesmo? Por isso, queríamos aproveitar ao máximo!

No fim, nossa aventura durou em torno de 2h30. Embora não seja o passeio mais aventuroso e tudo seja bem comercial, vale a pena sim. Curti muito conhecer um dos meus animais favoritos tão de pertinho! 🐘💖

Conhecendo os elefantes de pertinho no Knysna Elephant Park.

Saindo de lá, demos início ao maior trajeto de carro que faríamos na Garden Route: de Knysna até Gansbaai, nosso destino seguinte, são 5h de direção. Como já disse, as estradas são rodeadas de campos belíssimos e são muito boas e bem sinalizadas. Conseguimos chegar sem grande dificuldade e ainda a tempo de assistir o pôr-do-sol em uma praia de Gansbaai. Contudo, fica aqui uma dica: não há muitos postos de gasolina nas rodovias, então abasteça o carro antes de qualquer trajeto!

Conseguimos chegar a tempo para curtir o pôr-do-sol em Gansbaai!

Day 6

Não há muito o que se fazer em Gansbaai. A cidade é pequena e aparentou ser bem mais pobre do que as outras pelas quais havíamos passado. O motivo pelo qual tanta gente passa uma noite aqui é sempre o mesmo: mergulhar com tubarões. Essa cidadezinha sem muito charme é o local ideal para quem sonha em ficar cara a cara com o grande tubarão branco! E foi precisamente com esse intuito que viemos para cá.

Mergulho com tubarões

Agendamos o passeio com antecedência com a White Shark Projects e recomendo: eles foram muito profissionais! 🙌 Atenção porque a dica de agora vale ouro: quando fui, eles estavam com uma promoção na qual pagamento com cartão de crédito Mastercard, dava direito a outro ingresso de graça – o famoso 2 por 1 brasileiro! A promoção não é divulgada no site deles, mas é só mandar um e-mail para bookings@whitesharkprojects.co.za perguntando se ela ainda está vigente que eles respondem e explicam como proceder. O preço normal por pessoa é 2150R (em torno de R$ 550,00) e se você estiver em outra cidade, eles também oferecem serviço de transfer (pago à parte).

O passeio é animaaaaal!!! Logo que chegamos na casa do White Shark Projects, ganhamos garrafinhas lindas de cortesia e fomos oferecidos café da manhã. Abastecidos e tendo assinado o contrato de ciência de riscos, partimos em direção ao cais. Um biólogo nos acompanha o caminho todo, explicando sobre hábitos dos tubarões e passando as normas de segurança.

Já no barco, todos recebem coletes salva-vidas e podemos escolher ficar embaixo, na sombra, ou no segundo andar do barco, onde se tem uma vista bonita do mar ao nosso redor. Se você é de enjoar em alto-mar, tome um remédio antes de ir e fique na parte de baixo, onde balança menos. Muita gente passou mal – 5 num grupo de 18 – e a tripulação disse que o mar estava calmo. Ainda disseram que há dias em que o mar está tão revolto que o barco balança tanto que não há quem não se enjoe.

Fomos divididos em grupos de 6 e cada grupo é chamado para colocar a roupa de neoprene, a máscara com o snorkel e uma faixa com chumbinhos para facilitar a submersão. Na vez do seu grupo, você é orientado a entrar na jaula e onde apoiar seus pés e mãos. Então, a equipe joga um misto de especiarias no mar para atrair os gigantes. Quando eles estão perto, gritam “Down!”. É a hora de abaixar e dar de cara com um tubarão vindo na sua direção, atrás da isca. A isca é puxada pra cima e jogada novamente, de forma a podermos ver os tubarões várias vezes!

Demos sorte, 4 tubarões ficaram rodeando o barco por horas. Depois de todos os 3 grupos descerem, se ainda há tubarões à vista, pessoas que querem repetir a experiência, podem. No fim, acabei indo 3 vezes! Ameeeei o passeio e nunca vou me esquecer de mergulhar e ver um tubarão enorme vindo na minha direção! Mais do que aprovado, recomendo a sensação para todos que curtem adrenalina!

Dentro da jaula, prestes a ver os tubarões!
Um tubarão nadando atrás da isca.

Voltamos para os headquarters da empresa, onde podemos tomar banho e comprar o vídeo do passeio. Também é oferecido almoço. Atenção: só quem compra o vídeo ganha o certificado de ter mergulhado com tubarões. 😢

Para quem fica facilmente enjoado em barcos, eu pensaria duas vezes antes de ir. Fomos num dia calmo e algumas pessoas passaram muito mal e vomitaram muito. Se não é o seu caso, está esperando o quê? Não deixe de viver essa experiência incrível, uma das minhas favoritas da viagem inteira! 💫

No 2° andar do barco, com 3 tubarões à vista.

Day 7

Partindo de Gansbaai, pegamos o carro uma última vez. Passamos por Hermanus em direção à Capetown. Dizem que Gansbaai e Hermanus são cidades irmãs e que quem quer ver tubarões, vai para a primeira, enquanto a segunda é o lugar ideal para procurar baleias. Para um observador de passagem, que foi o meu caso, Hermanus pareceu infinitamente mais rica e organizada que Gansbaai.

O trajeto até Capetown durou em torno de 2h e, quando chegamos, fomos direto entregar o carro, pondo um fim oficial à nossa roadtrip pela Garden Route.

Tivemos experiências incríveis nesses dias e poder ter contato de perto com muitos animais foi inesquecível. A Garden Route vai ficar para sempre conosco, eternizada por lembranças muito queridas.

Quer saber mais sobre nossa quarta e última fase da viagem? Aguarde o post sobre a descoladíssima e eclética Cidade do Cabo e fique por dentro de tudo que tem para fazer por lá!

Postado por Ana Paula
26 anos, engenheira civil, carioca e apaixonada por conhecer novos lugares, seja viajando ou na minha própria cidade! Estou sempre planejando minha próxima viagem e até o momento já visitei 35 países. Sabe o que isso significa? Que ainda tenho 158 destinos para explorar! Bora?

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